Em seu xote ecológico Luiz Gonzaga lança
um mais que apelo pela preservação da natureza, mas limitar nossa perspectiva
somente a esse aspecto é fomentar uma mais que simplista visão do grito de
revolta inserido no meio do triangulo e da sanfona.
A referência dêitica a o já notório
Chico Mendes pode ser vista como mais do que apenas a simples manutenção da
memória de um dos maiores guerreiros pela manutenção da vida (pois não há vida
propriamente dita fora da natureza), mas sim sob certa perspectiva um resgate
da memória de um homem que não lutou somente contra a existência do jugo “humano”
em detrimento da natureza, mas também contra a existência do jugo dos
latifundiários em detrimento tanto da natureza quanto dos pobres e necessitados,
pois no Nordeste esse jugo há muito prospera a custa da vida de tantos
reivindicadores que permanecem anônimos em sua morte e luta, tantos outros Chicos do Norte ou do Nordeste que nem chegamos a conhecer.
Reside aí uma maestria, apontar uma das
maiores injustiças por meio de outra mais noticiada, é esse o papel do artista
expor por meio de sua obra o que ele crê, o que ele deseja que os outros vejam,
é isso que Gonzaga faz por meio de sua música, por meio de seu xote. Por: José Benardi.
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