O afamado Luiz Gonzaga conviveu, quando
infante, com a realidade seca e dura do sertão nordestino, essa terra que já
havia conhecido nomes de grande prestígio como o eterno José de Alencar e o magnífico
Castro Alves, mais uma vez nos deu a dádiva de poder conhecer a obra destes
homens que não se esqueceram do Nordeste em seus corações e em suas obras,
Alencar com a sua virgem dos lábios de mel, Castro Alves relembrando a sua
terra que o tanto apaixonou quando infante, ou Luiz retratando as problemáticas
e belezas não só de Pernambuco, mas do Nordeste como um todo, embora várias
músicas cantadas por Luiz Gonzaga tenham sido compostas por Patativa do Assaré,
coube a Luiz imprimir a estas os seus sentimentos, as conotações que eram
necessárias, pois sua interpretação foi única.
Esse sertão cantado por Gonzaga é o
sertão das secas com toda sua tristeza, mas também o sertão das meninas
descobrindo o amor em toda a sua idealização, o sertão dos amores
incompreendidos que possuem por mensageiros as aves a exemplo do sabiá, assim
como Gonçalves Dias Luiz se apega a essa ave em seu momento de dor e saudade, e
acima de tudo o sertão do viajante saudoso que relembra com uma dor no peito as
belezas de sua terra, pois o próprio Luiz Gonzaga foi um viajante saudoso de
sua terra de seu Nordeste.
Dentro do Sul e Nordeste do Brasil no
ápice do ódio contra tudo que representasse o Nordeste, pois esses se
esqueceram casualmente que também foram os nordestinos que construíram o que
hoje eles são, Luiz poderia muito bem negar suas raízes e ninguém poderia
acusá-lo, mas o que diferencia de tantos outros é que a despeito de tudo ele
manteve intocado o sentimento, o afeto que ele sempre pelo seu Exu, pelo seu
Pernambuco, pelo seu Nordeste. Por: José Benardi
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